O interesse científico relacionado ao papel da disbiose do microbioma intestinal na patogênese de algumas doenças está em constante crescimento. Portanto, equilibrar a disbiose por meio de probióticos seria uma terapia potencial. Além do interesse científico, por outro lado, é importante avaliar o interesse da população por esses temas.
Dessa forma, pesquisadores italianos realizaram um estudo com objetivo de analisar, temporal e geograficamente, o interesse do público na disbiose do microbioma intestinal, assim como na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Esta é uma condição causada pelo acúmulo excessivo de gordura nos hepatócitos, e uma das etiologias tem sido associada à disbiose no microbioma intestinal.
Usando dados da ferramenta gratuita Google Trends, os cientistas analisaram o volume de pesquisas mundiais para os termos microbioma intestinal, disbiose, DHGNA e probiótico intestinal, publicados de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2022. O Volume relativo de pesquisa do Google (RSV) foi coletado para todos os termos e analisado temporal e geograficamente. “O RSV para o termo ‘microbioma intestinal’ teve uma taxa de crescimento de mais de 1.400%, seguido por ‘probióticos intestinais’ (829%), DHGNA (795%) e ‘disbiose’ (267%) no período avaliado”, detalham os autores.
A pontuação mais alta de RSV para o termo disbiose e probióticos intestinais foi encontrada na Austrália e Nova Zelândia. Além disso, para o termo DHGNA a pontuação mais elevada de RSV foi registrada na Coreia do Sul, em Singapura e nas Filipinas. “Assim, a análise do Google Trends mostrou que pessoas em todo o mundo estão interessadas e conscientes da disbiose do microbioma intestinal, da DHGNA e do uso de probióticos intestinais”, afirmam os autores.
Bactérias comensais
O sistema digestivo humano abriga aproximadamente 1000 tipos de bactérias comensais conhecidas, a grande maioria anaeróbicas, ou seja, que não necessita de oxigênio para seu crescimento. A disbiose do microbioma intestinal tem sido associada a vários distúrbios, incluindo inflamação crônica, doenças neurológicas e oftalmológicas, e enfermidades hepáticas crônicas, como a doença hepática gordurosa não alcoólica.