Ação benéfica dos probióticos em recém-nascidos

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Ação benéfica dos probióticos para o recém-nascido

Escrito por: Adenilde Bringel

Formada a partir do nascimento até os três anos de idade da criança, a microbiota intestinal sofre influência do tipo de parto, da amamentação e do ambiente. Estudos recentes encontraram diferenças entre a microbiota intestinal de bebês nascidos por cesariana em comparação com recém-nascidos por via vaginal. Entretanto, o uso dos probióticos durante a gestação, pelas mães, pode beneficiar a microbiota dos bebês nascidos de parto cesáreo, atuando como uma compensação ao tipo de parto. 

A fim de comprovar os achados, cientistas espanhóis realizaram uma revisão sistemática para avaliar o efeito da ingestão de probióticos, prebióticos ou simbióticos durante a gravidez e/ou lactação. Em resumo, o objetivo era analisar a ação dessa ingestão sobre o desenvolvimento da microbiota intestinal de recém-nascidos cesáreos.

Os autores do estudo ‘The impact of probiotics, prebiotics, and synbiotics during pregnancy or lactation on the intestinal microbiota of children born by cesarean section: a systematic review’ selecionaram estudos experimentais em bases de dados on-line desde o seu início até outubro de 2021. Dos 83 registros selecionados, 12 atenderam aos critérios de inclusão dos cientistas.

Os probióticos utilizados nos experimentos avaliados pertenciam aos gêneros LactobacillusBifidobacteriumPropionibacterium e Streptococcus. Além disso, poderiam ser uma combinação deles, com dosagens variadas e consumidos durante a gravidez e/ou lactação. “Cepas probióticas foram combinadas com galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos ou oligossacarídeos derivados do leite bovino nas fórmulas simbióticas”, detalham os autores.

Benefícios confirmados 

De acordo com os resultados da revisão, o uso de probióticos durante a gestação, assim como as intervenções prebióticas e simbióticas, levaram a uma microbiota intestinal benéfica em recém-nascidos de parto cesáreo. Ademais, a microbiota ficou mais próxima daquela encontrada em recém-nascidos de parto vaginal, especialmente no que diz respeito à colonização por Bifidobacterium.

Este efeito foi mais evidente em lactentes amamentados. “Os estudos indicam que o efeito benéfico é alcançado quando as intervenções começam logo após o nascimento, especialmente a restauração da população de bifidobactérias”, detalham os autores. Além disso, a maioria dos estudos sinaliza que as mudanças promovidas pelas intervenções no ecossistema microbiano infantil parecem continuar após o final da intervenção. Contudo, os autores acentuam que mais estudos intervencionistas são necessários para elucidar as combinações simbióticas ideais, assim como as cepas e doses mais eficazes.

Base da dados

As pesquisas foram realizadas nas bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus, entretanto, o ScienceDirect foi usado como fonte adicional. Os autores incluíram estudos experimentais publicados desde o início até outubro de 2021, escritos em inglês, com texto completo disponível e conduzidos em humanos. O artigo foi publicado na revista Nutrients em 2022.

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