Descrita como uma diminuição da capacidade de percepção dos sons, a perda auditiva é uma condição que pode dificultar a compreensão e a comunicação, impactando negativamente a qualidade de vida. Ainda que possa ocorrer em consequência da exposição a ruídos excessivos ou otites repetidas, a principal causa está associada a alterações degenerativas do processo de envelhecimento. Para evitar sua progressão, especialmente entre os idosos, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico regular são fundamentais. Dessa forma, será possível reduzir os prejuízos associados, a exemplo da surdez definitiva.
Entre os principais sintomas de perda auditiva estão a dificuldade em compreender as palavras. Além disso, falar muito alto, sensação de ouvido tampado, necessidade de aumentar o volume da TV ou rádio e intolerância a sons muito intensos podem indicar o problema. “Por interferir diretamente na capacidade de comunicação, a perda de audição estimula o isolamento social aumentando, inclusive, o risco de depressão”, observa a mestre em distúrbio da comunicação e linguagem Christiane Nicodemo, fonoaudióloga do Hospital Paulista. Como a condição pode ser gradual, geralmente o problema é detectado pelas pessoas do entorno, que percebem a dificuldade de comunicação.
Embora a perda de audição não tenha cura, o diagnóstico precoce possibilita intervenções e tratamentos mais eficazes. Assim, será possível reduzir os impactos negativos relacionados à qualidade de vida, ao comprometimento cognitivo e ao convívio social. Por ter como principal causa as alterações degenerativas do processo de envelhecimento, o ideal é que as pessoas comecem a se prevenir antecipadamente. “A audiometria é um teste que avalia a possibilidade de perda auditiva em pacientes de diversas faixas etárias. O exame pode ser incorporado entre aqueles periódicos a partir dos 40 anos de idade”, recomenda. No exame, realizado em uma cabine com isolamento acústico, o fonoaudiólogo toca diferentes tons para determinar os limiares auditivos do paciente.
Fatores de risco
De acordo com a otorrinolaringologista Bruna Assis, do Hospital Paulista, alguns fatores de risco estão associados à perda de audição. “Estudos apontam que indivíduos acima de 60 anos com diagnóstico de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e apneia do sono, dentre outras comorbidades, tendem a apresentar maior predisposição à privação auditiva”, alerta.
Além disso, alguns fatores podem contribuir para o problema, a exemplo de casos de ruptura ou perfuração do tímpano; doenças como esclerose múltipla, lúpus ou meningite; otites frequentes e exposição a ruídos e sons de alta intensidade. Ademais, traumas no ouvido e hábitos pouco recomendáveis como tabagismo, consumo regular de álcool e uso excessivo de fones de ouvido também são prejudiciais à audição, independentemente da faixa etária.