Probióticos poderiam ter efeitos antiobesidade

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A influência de bactérias intestinais na obesidade

Escrito por: Adenilde Bringel

Cientistas têm conseguido demonstrar que existem vários mecanismos fisiopatológicos genéticos, metabólicos e inflamatórios envolvidos na interação entre microrganismos intestinais e obesidade. De acordo com estudos científicos recentes, alterações microbianas no intestino humano podem ser consideradas um fator envolvido no desenvolvimento da obesidade. Dessa forma, a modulação de cepas bacterianas no trato digestivo poderia ajudar a remodelar o perfil metabólico no indivíduo obeso. A literatura também mostra que vários probióticos poderiam ter efeitos antiobesidade, o que ocorreria através de mecanismos específicos de espécies e estirpes.

Diante dessas constatações, cientistas italianos desenvolveram uma revisão profunda do conhecimento atual sobre a definição, composição e funções da microbiota intestinal. Do mesmo modo, apresentaram vários estudos envolvendo o uso de probióticos, prebióticos e antibióticos em pacientes obesos. Por meio da revisão intitulada ‘Gut microbiota and obesity: a role for probiotics’, os pesquisadores do Department of Health Sciences, University Magna Graecia, na Itália, confirmaram que há evidências da associação entre bactérias intestinais e obesidade, tanto na infância quanto em adultos.

Estudos são diferenciados

De acordo com os autores, os estudos realizados em seres humanos podem ser diferenciados em estudos pediátricos e adolescentes versus estudos em adultos. Diante de resultados de estudos favoráveis e desfavoráveis de algumas cepas probióticas, os cientistas argumentam que as discrepâncias podem ser explicadas por diferentes configurações experimentais envolvendo, por vezes, o estilo de vida. “O debate sobre a importância da correlação entre o desequilíbrio da microbiota intestinal e a obesidade é um dos mais quentes da medicina”, sinalizam.

Conclusões

Embora várias vias moleculares tenham ampliado a visão sobre a associação causal entre alterações da microbiota intestinal e o desenvolvimento da obesidade, esta ligação permanece complexa. “Por outro lado, a pandemia de obesidade exige uma resposta sólida, capaz de restaurar o significativo desequilíbrio microbiano intestinal presente nestes pacientes”, acentuam. Assim, os autores concluem que os achados implicam a possibilidade e necessidade de manipulação terapêutica da microbiota intestinal para prevenir ou tratar a obesidade e suas manifestações metabólicas. Dessa forma, sugerem que vários probióticos poderiam ter alguns efeitos antiobesidade. O estudo foi publicado em 2019 na revista Nutrients .

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