Cuidado com alimentos consumidos na praia

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Atenção aos alimentos consumidos na praia

Escrito por: Fernanda Ortiz

Durante o verão, a praia é o principal refúgio de muitas famílias. Nestes locais ao ar livre, a atenção com os alimentos deve ser redobrada, pois as altas temperaturas favorecem a proliferação de microrganismos nocivos à saúde que podem causar intoxicação alimentar. Para evitar o consumo de alimentos contaminados é fundamental estar alerta às condições de higiene em que são preparados, armazenados e servidos. Como o fator higiene é primordial para evitar riscos à saúde, é preciso ficar atento à higienização das mãos de quem está manipulando os alimentos, assim como à limpeza dos utensílios e ao armazenamento dos produtos, que devem estar em recipientes fechados para evitar contaminantes externos.

“A maioria das bactérias morre quando submetida a altas temperaturas. Portanto, dentre as possibilidades ofertadas neste ambiente é preferível escolher alimentos que sejam cozidos ou assados”, recomenda a médica gastroenterologista Maira Marzinotto, do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Assim, produtos servidos crus, a exemplo de ostras e mariscos, devem ser evitados.

Essa orientação também vale para alimentos que estragam rapidamente quando ficam fora da geladeira, como maionese, alguns queijos (inclusive coalho), a manteiga usada no milho e o leite condensado comum nas preparações de doces, drinques ou salada de frutas. “Alimentos in natura, lanches naturais e salgados devem estar bem acondicionados em ambientes com boa refrigeração e com descrição da data de validade”, sugere a médica.

Cuidado

Pecar pelo excesso de cuidado é fundamental e, se for possível, levar os alimentos de casa é uma excelente opção. A médica sugere, ainda, dar preferência ao consumo de frutas frescas; oleaginosas, como amêndoas e castanhas; e sanduíches naturais (sem maionese) embalados individualmente e armazenados em bolsas térmicas para consumir na praia. “Se for comprar sorvetes, o que é inevitável com crianças, prefira os que estão embalados em processos industriais”, orienta. Ademais, deve-se rejeitar produtos com embalagens danificadas e não esquecer de higienizar as latas de refrigerantes ou cervejas antes de despejar o líquido no copo, evitando sempre o consumir direto da lata.

Além disso, é fundamental manter-se hidratado nos dias mais quentes, seja com água natural, água de coco ou sucos naturais. Entretanto, mais uma vez é fundamental estar alerta ao gelo utilizado nas barracas de praia. “A contaminação do gelo ocorre devido aos microrganismos patogênicos presentes em água de má qualidade, equipamentos contaminados ou mesmo no manuseio em condições suspeitas de higiene. Dê preferência ao gelo industrializado, desde que o produto tenha procedência garantida e boa qualidade”, enfatiza a médica.

Quando buscar ajuda 

A intoxicação gastrointestinal ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias, a exemplo de Salmonella, Shigella, E. coli, Staphylococcus e Clostridium, assim como Rotavírus, ou por suas respectivas toxinas. A contaminação se dá durante manipulação, preparo, conservação ou armazenamento dos alimentos.

A médica comenta que a desidratação é o principal sintoma desta condição, que passa a ser mais preocupante quando acompanhada de outros desconfortos como febre (maior que 38,8ºC em adultos ou 38,3ºC em crianças), diarreia persistente por mais de três dias, fraqueza, sede excessiva e vômitos descontrolados. “Nestes casos, é importante evitar a automedicação e buscar ajuda imediata de um especialista, que indicará a melhor terapêutica para o restabelecimento da saúde”, acentua.

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