O herpes-zóster é uma doença causada pelo vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora. No entanto, as consequências provocadas por essa virose podem ir muito além das feridas que causam dor aguda e incômodo importante – forma mais clássica de manifestação. Assim, o vírus também pode provocar quadros agudos de infecção que comprometem os músculos da face e a estrutura do canal auditivo.
A paralisia facial infecciosa é uma das grandes preocupações de quem está com o problema. Considerada grave, essa condição requer atendimento médico imediato. Essa reação inflamatória envolve o nervo facial, que incha e fica comprimido dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da orelha, prejudicando a movimentação do rosto – sobretudo da boca.
“Isso pode ocorrer sempre que houver reativação viral nas pessoas que já tiveram a infecção primária, pois o vírus fica latente no gânglio dos nervos”, explica o médico otorrinolaringologista José Ricardo Gurgel Testa, do Hospital Paulista. Na maioria das vezes, esses casos são reversíveis. Entretanto, é preciso rapidez no diagnóstico e avaliação médica precoce.
Audição e equilíbrio
Outras consequências causadas pelo vírus Varicela-Zóster são alterações auditivas severas e do equilíbrio corporal se a infecção alcançar a região do ouvido. Além disso, a condição provoca dor na região da face ou do pescoço no longo prazo.
O médico esclarece, ainda, que a recuperação depende da extensão do dano causado pelo vírus, assim como das condições clínicas e idade do paciente. “Em grande parte dos casos, esses quadros costumam regredir à medida que o tratamento evolui, especialmente quando associados à medicação, fisioterapia, fonoterapia e outras técnicas que ajudam a estimular a musculatura da mímica facial e da fala”, pontua.
Vacinas
A vacinação é a forma mais eficiente e recomendável para evitar qualquer possibilidade de contato com o vírus Varicela-Zóster. “A prevenção na infância é a vacina contra a catapora. Já nos adultos com mais de 50 anos ou imunocomprometidos, a vacina contra o herpes-zóster deve ser tomada em duas doses”, orienta o médico.
Dados
Um estudo recente desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, concluiu que os casos de herpes-zóster subiram 35% após o início da pandemia de Covid-19, em 2020. O estudo foi baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS).